"Ser poetisa e ter uma doença mental põe problemas" – a politização da loucura em Adília Lopes 30 de xuño de 2021
"Ser poetisa e ter uma doença mental põe problemas" – a politização da loucura em Adília Lopes
Conferência
O gesto poético-político na obra de Adília Lopes que questiona as nossas ideias instituídas sobre a loucura tem pelo menos duas vertentes. Por um lado, há uma mensagem política de aspiração revolucionária, em termos de a loucura e o normal serem meras diferenciações arbitrárias que devíamos abandonar. Seria uma mensagem na linha daqueles movimentos que “quebra[m] o contínuo da História” (Walter Benjamin). Pelo outro, é o político pensado de forma apolítica, ou seja, um político que “deve ser sempre controlado e criticado a partir do ético” (Emmanuel Levinas). Adília Lopes explora de muitas formas o fundo da questão do equilíbrio e da interacção entre o político da loucura e da loucura do político, seja como luta pelo poder ou como
preocupação pelo bem comum. Onde melhor podemos observar as complexas reflexões que Adília Lopes realiza é na dicotomia entropiar vs. desentropiar, que é um dos mais importantes leitmotive que atravessam a sua obra. A loucura, como paulatina perda do sentido e do juízo, se aproxima em vários momentos chave na obra adiliana da entropia física.
Fonte: https://adilialopes.webs.uvigo.gal