Uma combinação (ou três mulheres e uma quarta) 1 de xul. de 2021

Tomando emprestado o título da exposição Uma combinação, de 2008, de Armanda Duarte, o texto propõe combinações e conversas com a produção de Adília Lopes, que dedica à artista, amiga e colaboradora, os poemas em verso “Armanda Duarte (1961)” e em prosa “Uma exposição de Armanda Duarte”, publicados em Dobra (Lopes, 2014). Nos trabalhos de Armanda, como nos poemas de Adília, opera uma acurada experiência cotidiana. Ambas tomam coisas menores, aparentemente insignificantes. Versando sobre três mulheres e uma quarta, Adélia Prado é convidada a ingressar neste diálogo com Armanda e Adília, através da personagem Araceli, a que cheira e cata o que resulta de limpeza e devoção. A partir desta reflexão sobre a coleta na aproximação entre Adília e Armanda, compreendemos o poema (e o trabalho de arte) como lugar especial desta recolha, assim como de seus prolongamentos e partilhas. A coleta de Araceli no poema de Adélia é motivadora da articulação entre estas três mulheres com as iniciais em comum: Adília, Armanda e Adélia. Aqui, narradas por uma quarta: Aline, incluindo-me nesta conversa como autora-artista afeita à coleta e que gostava de também ficar feliz como um cachorro.

Fonte: https://adilialopes.webs.uvigo.gal