Estar na casa de Adília 2 de xul. de 2021
Estar na casa de Adília
Conferência
A imagem que ilustra a chamada do II Colóquio Internacional “Estar em casa com Adília Lopes: do privado ao político” já foi publicada anteriormente com a poeta compondo a cena, como se vê na fotografia de 2017, de Joana Dilão, que facilmente se encontra na rede. O mesmo piano, o retrato maior de um gato com ar antigo, os inúmeros brinquedos canhestros, miniaturas populares e outros pequenos objetos sem valor, dispostos hibridamente sobre o piano, a parede de pintura desgastada, a sombra de uma frase (verso) escrita sobre ela – “O melhor do mundo são as crianças...16/03/1935 [traços esmaecidos de uma referência bibliográfica, o poema “Liberdade”, de Fernando Pessoa] – , um caderno de pauta musical, outras fotos menores de outro (o mesmo?) gato, o interrruptor redondo antigo, com a fiação visível, uma porta também evidenciando um ambiente antigo, fora de moda, de casas dos anos 50 e 60. Adília Lopes faz do desatual um modo desconcertante de estar presente ou ausente, a depender do jogo traçado sobre a mesa da escrita. Estar na casa de Adília para ouvi-la mais uma vez: que histórias antigas (renovadas?) afinal nos conta para passar ou revolver o tempo de nosso presente?
Fonte: https://adilialopes.webs.uvigo.gal